quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Energizar

Não sei muito bem
Mas não entendo tanta cautela
Em querer também
Se da amizade desatrela

Sem trocas, só soma
Desviar o fluxo do comum
Até que cesse o sintoma
Validade de dia nenhum

Provar do que há de bom
Quando das risadas mais gostosas
Estrear o som
De bocas ansiosas

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Surtindo

Uma nova era
Uma nuvem era
De passagem pela terra
Liquidez fragmentada

Cada um no seu tom
No que cada um assenta
Aqui resta a batida lenta
De movimento involuntário

Involuntário pra que não pare
Lembra-te de viver
Perceba que molha teu rosto
Absorva antes que seque

Duas correntes que se encontram pelo vento
Movimenta(n)do natureza
Muito ou pouco tempo
Movimente-se! Sutileza.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Reciclareciclar...

Causava agonia
Vê-la às vezes com todas aquelas malas
Mas, isso, entendi quando não a vi mais
Apenas a falta em palavras.

Se olhar para o outro lado
Vê-se dois homens, rochas
Lapidadas em lágrimas
Dores de amor, dores de interesses

Dias confusos, exaustão física
A cabeça no lugar pôde ajudar
Até chegar à glória de numa tarde de domingo
Poder ver meus pés no fundo do mar
Sentir na essência toda a pureza se dissolvendo
Pronto pro re-ciclo.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

À deriva

O mar revolto não me enjoa
Mas já vejo portos, alguns seguros
Não posso controlar o vento
As cordas estão em minhas mãos
Posso ancorar, recolher velas, atracar

Mas em deriva vou de um lado a outro
Preso ao porto barco não tem balanço próprio
As correntezas me levam a outros mares
Ondas, altas e baixas.
Às vezes só nas altas ou baixas.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Santa sujeira

Pelas ruas, o vento tenta limpar papéis santos
De homens decaídos
De ideologias vendidas
Cristãos comunistas, democratas fascistas
Todas de mãos dadas, diretas e esquerdas no centro
Coligação em um só partido
Numa escala hierárquica pra ser repartido
Não dividido

Comprando os mesmos necessitados
Que tiveram o dinheiro roubado
Papéis principais, coadjuvantes, figurantes, ignorantes,...
Todos trabalham na cena
Depois da gravação é só repetir o mesmo filme
Homens impotentes, fingindo ter autonomia suficiente
Dançando conforme a música cíclica oligárquica
Não há mais teo, nem antropo
Apenas Moneycentrismo

Não há nem o divino e nem o humano
Uma corrida alucinada contra o tempo
Pra ser um ter, sem ter tempo pra ser
Todos marcando a mesma passada,
Uma marcha, um líder, um cifrão.
Se os fins justificam os meios
Ser humano é destruir o meio para obter o fim
Alastra-se a selva de pedra
Daqui vejo o vento que soprará todos os santos, santinhos e santões.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Então, até a próxima estação.

Alimentou-se de bons frutos, descansou
Despertou com o vento frio
Mesmo sem direção
A flor que na primavera desabrochou
Sentindo o calor no sol, do próximo verão
Encontrando a luz que resplandece amor
Num canto ouve-se o som
Da respiração ofegante, da voz ronronante
Debaixo do lençol da cama nua
Transpira ação, trançando, unindo versos
Em um corpo só, acompanhado de duas almas cruas
Que resplandecerão e trarão novos frutos
Pra recomeçar o novo ciclo, inconstante
De estações pouco definidas.
As vezes distantes, mas sempre unidas.
Amor atemporal em almas de luz.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Suicídio culposo

Quem culpa estarmos assim?
Talvez paixão corroa presença
Não mais que ela. Amor eterno

E do amor mais belo que não vivido antes
Tampando sentidos
Fazendo todas as notas dissonantes
Se tornarem um só sonido

Uma pena não entender humanidade racional
De que línguas jamais se entenderam
Com tanto entrosamento

Quem sabe amanhã
Minha boca emane
Os versos de uma semana que vem
Vazia, pra poder sentir mais

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Mais uma terça parte

Não sei, mas parece que senti o chão
E o frio que está
Sem o calor dos meus pés

Sentindo-se ir
A falta do resto de um calor que coube
Talvez terça que vem

Porque nessa, a liberdade ainda se condicionou
Ainda omissa aos sentimentos
Fugindo de si alternadamente
Queria só a metade que terça parte

Ao ter nada em mente.
Ao ser apenas pulsante
O coração que só sente
A brasa do fogo ofegante

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Sobre duas rodas.

As vezes não dá pra entender
Segunda, terça, quarta,...
Sair de casa é vagabundisse
Mas o que posso fazer
Se eu sinto falta dela?
E a saudade não escolhe dia!

Pés na areia
Som das ondas
Brisa
O natural me aproxima
Expressão da natureza

Malabarista da vida
Novas jogadas
Harmonia e equilíbrio
Em meio ao meio
Inteiro
Amor.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Imprevisão do tempo

O vento faz a viração
Ainda não sei pra onde aponta
Há coisas que o vento leva, outras não.
Coisas que trás, ou não.

Caminhando para frente
Mesmo faço a direção
Obstáculos, placas, sinais
Mesmo vejo a sinalização.

Para frente, nem sempre pro mesmo lado
Pra gente, colado ou afastado
Frente fria, frente quente
Ventania permanente.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Querendosemprestarsendo

Não vejo necessidade de roubar um beijo
De alguém que nunca roubei nada
Só doei o meu desejo
Vivenciando, sobrepondo razão

Também não é necessário olhar pra trás
Pra entender que o tempo pensado,
Não foi tão só o tempo sentido
Sem sentido de momenciar

Ainda em amor, digo:
Não ajo por medo de perder-te
Ajo por querer(-)te conquistar sempre
Bom é estar sendo

Tratar diferente quem é diferente
Tratar igual o diferente,
É não conseguir enxergar o que lhe atrai
Não estar sendo

Estou sendo, amor me atrai
Porque sempre bom é estar
E por sempre estar, que sempre te quero
Querendo sempre estar sendo

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sem ti menos

Sentimento,
Sentir o momento,
Esquecer o tempo,
Não pensar no que penso.

Racionalizar,
Perder a essência,
A vivência,
Não experimentar, desperdiçar.

Se entregar,
Sentir,
Experimentar ter ou não,
Exagero de vivência!

Só parar pra pensar depois,
Só para balancear,
Só pra perceber,
Só ou com ela.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Cuidado! Piso molhado.

A névoa que ontem trouxe o dia belo
É a mesma que hoje trouxe a noite chuvosa
Chuva que alaga o chão onde piso
E mal sinto meus pés o tocarem

Apenas os pingos apagando pouco-a-pouco
Parte do calor da alma que fora incendiada
Parte da estrada que de mim arrancada
Pedaladas para trás

A névoa agora embaça a razão
Dando vazão à solidão
Trás versos de metade coração
Que por ela inteiro pulsa, horrível sensação.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Camisa de força

Então escrevo
Escrevo porque agora
Só minha mente vive
Vive obedecendo ao coração
E dando coordenadas as mãos

Pensado escrever o que mal consigo falar
Escrevendo o que mal consigo entender
De olhos fechados, leio apenas as imagens
Imagens de luz, natureza e amor
Juntos em uma só.

Apenas a que escrevo.
Coordenando as mãos
Obedecendo ao coração
Porque agora a mente só vive
Então escrevo.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Rosa dos Ventos

Lembrar que foi aí
Lembrar que amou aí

Pensar hoje, que não gosta de entender o passado
E que o presente é mais interessante
Mesmo eu aqui e você aí do outro lado
Ainda amando, amando adiante.

Lembrando que é aí
Lembrando que ama aí

Foi que me disse o que sentiste
Talvez por ser cidade isolada
Por estar alegre ou até mesmo triste
Mas sabendo que sempre acompanhada

Lembrar que foi aqui
Lembrar que amei aqui

Pensando em não ser a mim travado
Refletindo tudo o que transmite
Negando o que poderia ser racionalizado
Entregando o que de mim persiste

Lembrando que é aqui
Lembrando que amo aqui

Seu lado calado
Estranha a tudo quanto existe
Sendo eu o desvairado
Que no seu coração reside.

Lembrando
Amando

terça-feira, 29 de julho de 2008

Choque Térmico

Não é curiosidade! É confidência,
É estar junto mesmo nas estranhices.
Bobagem!
Se assim não queres
Também não esperes
Que eu revire o mundo procurando
Meu mundo já revirado
Já revi, irado!

Vidrado no calor da vida,
Constantemente metamórfica,
E não a ninguém eternamente.
E não há ninguém que agüente
Que nessas madrugadas quentes
Ainda permaneça a frieza,
A destreza
De ti perdida, perdendo, talvez, aprendendo.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Ana Utópica

Mas Ana...
Nazi-fascismo, socialismo, neo-liberalismo...
Frustrado way of life.
Ninguém, nunca, será igual ao próximo.
Respeito à diferença!

Leis de Estados anômicos.
Imposição atômica.
Cercas, secas...
Separam, não param.
Falsa democracia! República hipócrita!

Ame, Ana.
Clame por solidariedade.
Proclame ecoar amor!

terça-feira, 15 de julho de 2008

Oito dígitos

Vinte quilômetros de fios telefônicos não são nada!
Com três toques, troco toda essa distância
Por um toque, colado.

Calado(,) só(,) na vontade
Coragem! Roda a engrenagem!
Silêncio, são eles! Os pulsos...

Impossíveis de esperarem tranqüilos
Os invisíveis sons
De um simples sinal de “alô”
Ou ao menos de amor.

terça-feira, 8 de julho de 2008

ABNT

Legal mesmo é ver as pessoas sendo elas. Usando o cabelo delas, as unhas delas, os olhos delas, etc...
Um exemplo, que chego a me empolgar em ver, é uma negra com seu cabelo tipo “sarará crioulo”. Ver que ainda há resistência contra a influência da padronização internacional da beleza. Agora só se vê cabelos postiços, olhos postiços, unhas postiças, cílios postiços,..., vida postiça.
Difícil se sentir bem consigo vivendo em meio a essa propaganda intensiva de moda e consumo. Difícil fazer vista grossa pra’quelas pessoas que te olham torto por causa de um estilo fora de moda. Parece que as pessoas nunca encontrarão a felicidade ou que a felicidade é só uma tendência. Tendência outono-inverno e primavera-verão.
O bom é encontrar com pessoas que têm o estilo próprio, estilo de viver suas estações, estado de espírito. Porque se um dia não houver uma estação, estas não ficarão na mão, estas são elas.
A moda é a cabeça, o espírito.
A moda é viver você, e não a dançarina da "melhor banda de todos os tempos da última semana".

terça-feira, 1 de julho de 2008

Um vinho encorpado.

Uma dose do álcool
Um bocado de amasso na fruta
O atrito dá fogo.

Só o sabor da casca na boca
Lembranças eternas.
A próxima vez é a última.
Mas só a próxima vez.

Na hora perde-se memória
Ganha-se a glória
De sentir mais uma, duas ou até três
O inédito sabor que já mais sentira antes.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Intensamente.

Ficar mais velho é ser ignorante.
A juventude está na absorção de aprendizados
É ter consciência disso, não ter idade.

O tempo é linear
A morte é só transição
Sublimação.

Sublime ação de perceber
Amadurecer valores
Viajantes sempre voltam
Com mais bagagens.

Perder é bobagem
Perder aprendizagem
Ganhar mesmo perdendo
É viver intensamente aprendendo.

Intensa mente.

Satisfações...

Está aberta a temporada de expressão autêntica do eu.
Sejamos bem-vindos.
Paz e amor em todos!