quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A mor

Cruzar seu caminho
Significa continuar a crer
Que ainda existe ser
Que valha a pena

Cansado das meninices
Que precisam de teatros
Resguardo a arte a quem cabe
A verdade a quem sabe

Você me desabafa, simplesmente
Só de saber da reciprocidade
Conheço o cúmulo de querer
Se faz orgasmo de espírito

Te quero de vez e quando
Tanto que se torna atemporal
Selado uma vez, levado sempre
Devoro-te o entorno e o interno

Devolvo-te o eterno e o extremo
Pra descansar em ti, amanhecendo sorrindo
Um nobre gesto de satisfação
Coisa natural de amor.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

De casa

Contigo não posso ao elogio de
Nem poder dizer que és irresistível
Já que não se há nenhuma pretensão
De resistir a qualquer coisa sua

Toda falta de tempo
Alimenta a vontade de uma noite
Papear, tatear, degustar
A mesma sensação de sempre

Mas não a mesma condição
Parece que quanto mais o tempo vai
Mais bela fica com sua amadurecência
Firmeza na voz, certeza do assunto

Se não te vejo por aí, te encontro em mim
Visita é só forma de expressão
O convite fica sempre implícito no olhar
A presença sempre explícita nos pensamentos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Benfeitoria

Da pra ver de perto
Acompanhar essa mudanças
Saber que nada vem de véspera
Nem sempre querer acostumar
Repete-se a mesma virada
É aquela coisa de:
Mudar pra outra cidade
Trocar os rumos dos estudos
Conseguir outro emprego
Arranjar tempo pra ti, amor...


Além do vento frio
Idéias cortam meu olhar
Que "de vez" perde brilho
Inconcebível ideia de lidar com perda
Não perca o conteúdo, menina.
Só sigo quem consigo
Seja por raciocínio ou por bem-querer
Se contigo ganho ritmo
Retribuo o prazer
Distribuo meu melhor

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

?Que se passa?

A cidade volta ao se dar de volta
Com outros olhos nela
Cienciart, in consciencia
Con vivencia, Con afinidae
Outro clima ao ré, dó,... [batida]

Amnésia andando de braços dados pela rua
Um chá pra esquentar o papo, ladeira
O corpo se esquenta com seu corpo
Isolante térmico não deixa fugir calor

Se der traga de volta
Toalha, chinelo e caneca
De manhã corte o classificado do jornal
E varra esse chão pra debaixo do tapete

Amanhã te conheço de novo
Quem sabe eu não fisgue um petisco
Ou então nem isso, nada
Livramento sensitivo

domingo, 7 de agosto de 2011

Quem é quem...

Sem porquê, nem razão
Escondeu o coração no peito
Faltando o respeito capaz
Tenaz decisão de inobservância
A ignorância (s)em peso de consciência
Perdão lhe é cedido, porém sem confiança
Um pouso forçado de expectativas

E o bloco continua na rua
É terreiro de pandeiro, cavaquinho e violão
Pode perder, mas o samba não se larga, não
Gosto mesmo é de ver toda essa gente sorrindo
Já começa segunda batendo no peito
A semana gira e tamos lá de novo
Salada, ovo, carne, arroz e feijão


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Poemar

Tolo se faz o poeta que tem acesso
E não se utiliza da artimanha
De querer selar a vontade que inspira
E o contato de pele com a causa
Covardia é o platonismo opcional, omissão
Lançar-se as sensações de risco
Torná-las palpáveis traz o ar
Prazer, vida!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sobrevoo

A impretensão embalada em alumínio
Sábado, num fim de tarde de margem
Feito samba-a-dois improvisado
Oscilando em compasso de zabumba
Suor do atrito de rosto colado
Pout pourri de planos, corrente de ar

Cheiro peculiar, rosto familiar
Sorriso desenhado em clássico da TV
Coisas importantes em comum
Vontade que anda com dor nas pernas
Caminha brincando pelo meio-fio
Ora rua, ora calçada

Detona qualquer imunidade
Torna afônica minhas palavras, letras
Uma mordida de querer levar pedaço
Campanha de vacinação que urge
Aplicada na espinha dorsal do destino
Um banho de sol e mar. Relaxa.