sábado, 8 de dezembro de 2012

Soabeleza

O pouco que sei
em bando que não
De quanto que errei
tomei-lhe a lição

Embora soubesse
quanto tempo se havia
Repúdio tivesse
sobre o quanto existia

Lá fora o que penso
à cidade ao se pôr
Fora do intenso
mediante o sabor

Eis o que segue enquanto
Eis o que precede o tanto
É fagulha de luz em despacho
Centelha de foz em riacho.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Com que samba

Quando o samba cai
E a tristeza desce
Estremesse as pernas
O bamba entristece

Quando o samba sai
Não há mais sossego
Inseguro lhe põe medo
Tarda o dia logo cedo

Quando o samba vai
Mais coração aparece
E de logo o que merece
Sem nem rogar em prece

Onde o samba é pai
O filho participa da roda
Melodia, verso e nota
Rua-a-rua, porta-a-porta.

domingo, 18 de novembro de 2012

Soneto pra boi dormir

Entrar de rabeira na nuvem
que por ora sobrevoa a casa
Entre vindas idas ao caso

Transitar pelas ruas só pra ver algo vivo
Precede os dias que em vultos passam
dentro de fora dos meios em conflito

De lado-a-nado pela cachaça
Quem tem que sofrer pra aprender
O mesmo que antes criticara
Chama-se tempo a perder

Só ruelas e becos não podem ser
Os trilhos de quem busca liberdade
A vida está além do explorado, do conhecido
Aquém da calmaria, além desse alarde.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Sinestesia

Fazer o mundo em tão pouco tempo
Acho que só deus mesmo
pra fazê-lo em seis dias
E ainda conseguir descansar no sétimo

Cada um em suas grandezas
Os dias voam em ritmofegandi
Não vejo o sétimo, só oito ou oitenta
O ponteiro conta cada ação

É a velha nostalgia dos mendigos da rua
Que por aí, estando ou não, tanto faz
Ora que nem o vento coopera

domingo, 21 de outubro de 2012

Dez em cadeia

Que os que lhe cercam
Caminhem junto contigo
Sempre bom é tê-los
Queridos por perto

Com penar de uns
Bambeados no caminho
Nada há que se fazer
A naturalidade é quem dita

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Apneia

Nem a bossa usada
e o rock vendido
Nem a boca fechada
e o olho perdido
A postura taxada,
o controle impedido
A roda parada,
o sentido atingido

Sem a pátria amada
e o teor tingido
Sem a loira gelada
e o cowboy servido
A salada amarga,
tira gosto ingerido
A faz quase nada,
b o excessivo

Não ser os extremos
não é ser nada
Como não ser tanto
é quase isso.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Metha-phocus

Projetar do sono o dia bonito
Acordar aos poucos em meio ao sorriso
Faz ditar ao tempo seu próprio estilo
Dotando sentido e medida ao andar

É que a pele a'coberta por inteira
Dois bons goles na cachaça mineira
Olhando a beira, soprando a eira
Deixando estribeira por encantar


Quando se concentra em tal
Não há quem te leve a mal
Hão de te elogiar
Só não vai te enganar pelo que diz
A superfície do pobre verniz
Que esse mundo vai pintar

Não te contarão segredos
Omitirão e porão medos
Pra saberem onde chegar
Caiba em ti o despertar
Qual e pra onde apontar o dedo
Que o teu rumo irá guiar.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Lustre

Em lençóis, eles são, eleições
Em leilões de tudo, almas preçadas
Precisadas em duas vezes eternas
Que obriga o comparecimento fiel
Que deposita na caixa o revel
O lastro que equilibra a nau

É cheiro das falsas poesias
Cerimônia pra tão poucos personagens
Farra da liberdade!
Verniz de sensação participativa
Um dedo pra dois botões
E lá se vai a manhã de sono de domingo.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Parou Ímpar

Não chegaram a roubar destes
Porque nem se quer tiveram
Tiraram desde a possibilidade
E o que se pode argumentar

O reflexo da janela virtual
É do quão real lhe assiste

A esperança pregada em madeira
Exposta ao tempo
Desgosta a intenção do contra

Contrastastrófico!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A morde e a sopra

Aos que cantam por aí sua condição
Atraindo para si toda invasão
Absorvem o que lhes aplaudem
O que em falso solicitam

Dormem em sono emoldurado
De quadro afixado, retrato falado

Enquanto acordados acompanham os poucos
Sonhando vivendo o que bem lhes trazem

De fato levam por cima até o de baixo
Circulam em pró de todos
Sem desperdício de vida e essência
Gozar do que for verdade
Felicidade!

domingo, 29 de julho de 2012

Morphosis

Um longa que se passa em curta
O filme diante de tudo
Feito, vivido e degustado

Espécie de alívio que gera saudade
Com ideal jurado em comum
Final de ciclo colado em inícios e meios

Motivos de sobra tiram a base
de qualquer indício de reclamação
Um jardim europeu de flores
Tinta pra muita escrita

Responsabilidade social (risos)
São os certos que cercam
Estes são os que dão os braços
Que crescem em círculo!

Muito obrigado.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Watt a hell

O raio que cai na colina
Corre em energia pela coluna
Ilumina de pronto todas as faces
Cada ponto, cada alarde

Intervalos tornam apagados
Momentos entre-chuvas
Em terrenos alagados, afogados
Aguardando a próxima corrente

Descrente do que prende a cidade
Solto em corpo a alheia iniquidade
Vontade da tensão em voltagem

Nem secas, nem tão cheias
Vai artéria, volta em veias
É pulso, samba e canção

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Sucata, micata!

A inobservância do desatento
Voracidade de tanto tempo
Põe abaixo a eficiência do fim
Afonidez que ensurdece opções

O cavalo e a cela em mãos
Passando uma vez a cada ciclo
O menor se compensa ao vacilo
E a grandeza pela percepção

É o jogo de cintura no palco
Sem estiramento de passo, sem salto
Não cai do céu, nem se dispensa a sorte
É olho peixe e outro no gato.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Namor

Entre sins e nãos
Porquês e nãos
Dispõe-se em caminhos
Onde chegadas são idas
Vindas em cheio(a) de vidas

Das fugas toma atenção
Caução mesmo com endosso
Impressiona pelo tanto

Projeção de firmeza em paredes
Aparenta saúde melhor
Elogios em soma de planos
É lareira desse inverno
Antigo sentimento moderno

Minha esperança de mundo melhor
Horizonte sem fim ao lado
Sorte dolosa! Evolução.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Palíndromo

Eventualidade em constância
Final de semana em menor distância
Esperando pelo sofá da sala
De passeio por todos os vínculos
Nova bossa-nossa
Violando um apego almaz
Particulado em cadeia
Quem diria a calmaria

O destino tirando sarro
A peça pregada do acaso

Essência adquirida em vida
Impregnada em bons lençóis
O retoque que faz vital
Espera e sufoca o pleno
Emprega o temporário ofegante
Encerra a guerrilha dos dias
Devolve aos braços, a paz
Rabiscos e traços do papel-rascunho

terça-feira, 19 de junho de 2012

Interlecto

O joguinho é a simplicidade
É a ternura dos braços normais
Em cada concepção de normalidade
Ultrapassam os limites dos sinais

Não-leitura daquelas linhas
Circundada de desbeira
À luz amarela do poste de madeira
Em se chovendo molha a rua

Veja a intenção da intensividade
É dos astros essa formatação
O que segura é impessoal
Longe destas mãos de alcance

Os dias de inverno começaram
Quiçá mais belos que os de verão
Os dias de sol sob o rigor
Da vida que não dá férias

Um presente diário pela manhã.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Costa Mar

De canga estirada na areia
Braço, perna, cabelo, cheiro
Quina e fenda, côncavo e convexo
Simetria precisada em precisão

Alta visão das nuvens solares
Peixes voam enquanto isso
Tens cheiro de calar incenso
Dedicatórias em vice-verso

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Con ghiaccio

O hidro mal sabia a água por vir
Do quão logo o seco se faria lama
No palco instrumentos em chamas
Feito rito contínuo em solos
Por enquanto outro linguajare
Na linha de outro estado, outra forma

O limite do café blues das dez
Indas e vindas teletransportadas
Concentrada em boas mãos
O ruim caiu em desuso
Nem se recompensava por isso
Em cartaz a miscigenação musical

O retorno a casa antiga
Assegura a volta do bom tempo
O déjà vu mais estrelado do ano
Uma remessa selecionada na praça
Em transe se esvai da matéria
Pecado dizer ser o último

O bom filho a casa retorna.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Sobre-força

Translação de Vênus em Sol
Só o que se viu foi a Lua
Dá luz ao olhar
Fenômenos em sobreposição
Respiração universal
Bons sinais em curto prazo

Não se espera mais o dia seguinte
O que move é dia de encontro.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Junina

Ontem, primeiro dia da cheia
Na canga esticada na areia
Os céus conspiravam a'rtéria
A transformação da matéria
Unindo o concreto e abstrato
Redigindo um novo contrato
Pra agonia se acalmar

Agora só a vejo nos céus coloridos
Cartões postais, maravilhas surgindo
A mais nova toada das bossas
Que no peito amassada encosta
Envolvida pela brisa gostosa
Na paz do ronronar de Lindeza
Retirando por natureza o ar

Parceria de vontades as claras
Intercala entre cidades, escarpas
Mesma causa escrita em papel de rosto
Paladar que aguçado lhe dá o gosto
Temperado pela sintonia a gosto
Fica a espera do passar, pra perto
Certos do melhor esperar

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Flagrância

Da praça que identificava
Esperava o samba sair
Deixando perfume por ruelas
Sob claridade à luz de janelas
Advertência de aderência por vir


A espera da carta a residência
Tomando reto pela cidade torta
O que o calor no peito retoca
Sufoca no jeito o que calar
Rarefeitando-ar


Do ar são que infla o pulmão
Provar são a flor da pele
Provocar são do arrepiar pêlos
Da vogal sem consoante (dissonante)
Em sanidade a poupar.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Tenacidade

Assim como caroço de azeitona
e banguelo não se entendem
O revés de toda a lógica destende

É cheiro de terra que molhada avisa
E que quase não mais preconiza
Tais convicções de um vento sul

Não espere do farol a retidão
Sua luz é que gira o que cerca
Transla e rotaciona, dita a estação

Enquanto brilha uma face
a outra permanece escura
Desequilibra e MOVE a alternância

Como o pecado da gula
Serve a vida em prato fundo
Antes dele se quebrar.

domingo, 13 de maio de 2012

Octopoda

Efeito tsunami ladeira a baixo
Água salgada pra limpar
O braço que divide
as vezes faz força
Uma hora volta
Quesitossegos
Só rindo vejo
Ne'nsejo
Pingo é
ponto
.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Quarteirão

Do não pensar se concebe a inexistência
Inexistir também é virtude

As vezes caminho nas ruas pra ver e ouvir
O que da cidade não pode sumir
O que dela não se pode arrancar
E o que de mim fica ou se (e)leva

Trago no peito o que não se diz
Porque em sã/vã consciência condiz
Tudo o que se pode inmaginar

É, veja só...

Nem sempre o que vem é pra ir
Nem sempre a alegria é de sorrir
Assim como o choro não leva ao fim

E como os dias sem ti
Não trazem sua presença
Assim permaneço sob a crença
Do quanto atemporal é seu sentir

Sua existência se faz vício
Daqueles sem fim, meio e início.

domingo, 29 de abril de 2012

O Tarzan de Noel

Olheiras fracas de pele pálida
Das noites não separa
Um abraço forte na vontade
Porcentagem incalculável
Como se possível fosse

A canção que toca pra ti, mulher
Pode ser a mesma da rádio
Que nem sempre transmite frequência
Mas que por pertinência
Arromba-lhe ouvidos e boca

Sei do olhar da flor, da direção do vento
Que por sinal tem fluído na vertical
Como um faixo de abdução
Feito táxi em bandeirà dois mais tarde
Antes que o sol reapareça

16h.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Gahiato

Emalabar a si
O chá, pré-emprego, a missa e aponte
Emaranhar a ti
Fósforo e álcool

Vitalidade diuturna
Colecionador de fatos
Artefatos da mais nobre vida
Embora em pobre se dá

Simplicidade ligando cidades
Arcos de sustentação sobre o mar
Água, sal e pedra
Um descuido e... exposição

Fora as demais coisas.
Urge!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

...de testar, de ter gente.

Pessoas descartam umas as outras
Julgando serem insuficientes para si
Deixando de lado todo ar da graça
Pondo a perigo o melhor da vivência

Covardes, nem se atrevem a observar
Olham e viram o rosto pr'outro futuro
Como se desprezassem um fruto podre
Prato banal de comida num dia de domingo

Não se sentam à mesa, só puxam a cadeira
Nem lavam as mãos, apenas como simbolismo
Sujos, fétidos, usam máscaras e o indicador
Dão um banho nos outros, em si, não

Saem por aí procurando o que não serve
Desejando o que lave, leve e leva
Caminham no mesmo carpete dos dignos
E mesmo assim não conhecem todo o salão

A ti só resta o que é, resumo grosseiro
O orgulho ter por derradeiro o encanto
Nem sua pseudo-lágrima a limpa, inpurifica
E nem ao barro volta, vive de areia pálida.

(À luz da Rainha que sorri. Obrigado!)

sábado, 14 de abril de 2012

R. San Paio - 103

Pelos labirintos negros
Por onde toda essa gente passa
De churrasquinho à cachaça
A voz, a letre-canção

O Centro da beleza
O lado escuro, de lá, que ninguém vê
Quem está, sabe o porquê
Sabe o quê onde pisa

Zanzando de bonde
Cochilo do ponto, f/sinal
É a boca seca da manhã
Engolindo a noite ébria

Como ir ao berço
Acompanhar o filho
Meu filho, minha filha!


terça-feira, 10 de abril de 2012

Tamanha

Tás a ver quem não vê encanto
O olho de quer um canto
pro seu mundo só viver
Faz é ver quem que só corre
Mas nem sempre socorre
Pondo tudo a perder

Difícil tais sansões, descuta as canções
que faz meu sangue pulsar
De tanto envelhecimento
Deu um trago no cimento
Fez o coração parar

Dá vontade de contar pr'essa loucura
Que a conta que pendura
Não se pode nem sanar
A rosa que ajudou de ida e volta
Pôs toda a gente em nota
Pra poder então trovar

Me ver
Vou viver
Jaz a ter sem querer
M'eu eterno ecoar

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Inda

Cochilando pelas ruas
Distante o corredor
Mirante a cheia da lua
Seu cangote tentador

Viagem de mudança
Enfim o sol se cansa
Abre em brisa nessa data
Se mistura na mulata
Meu suor pecador

É noticia no plantão
Todo mundo se agita
Quando avista o coração
Não há humano que resista
o gingar de sua canção, querida

Guarda a luz do pensar no bolso
Faz do direito de penar um impulso
Devolve em peito o pedaço
que de cá fora levado
Mas não de todo arrancado.

domingo, 1 de abril de 2012

"São Torquatro"

Asilo inviolável
Quando o lar se trata de coração
Como se corresse atrás do próprio rabo
Não há atalho/trilha, é mesma trilha/atalho

Só não sabe disso quem não quer ver, porque:
"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida" (Poetinha Vagabundo)

Agora jaz cabelo branco
Partindo do canto à poesia
Do papo à melodia
No Corpo há sintonia

Um gole farto desse vinho
Da melhor uva
E coma
cama

Pescoço.

quinta-feira, 29 de março de 2012

S.O.S

Lorem ipsum vim ut utroque mandamus intellegebat, ut eam omittam ancillae sadipscing, per et eius soluta veritus.

domingo, 25 de março de 2012

04:40 a.m

Feito conexão wi-fi
In constância, In segurança
On presença, On potência
(Bom também por isso)

Feito amanhecer
Em tarde ser
E no te ter...

Faixo de Luz
do primeiro raio solar
As curvas do Pão-de-Açúcar
Se dobram eu seu cheiro de outono

Saudade alada em pena
Assina e condena
Transcorrendo percaminhos
Mesma plataforma rodoviária

Etiqueta e carimbo.

http://www.youtube.com/watch?v=0ecB0fV0miU

sexta-feira, 23 de março de 2012

Carpe Otium

Já percebi onde devo estar
Embora nem sempre, nem quem
Mas sempre que vem
Não tem telecoteco que aguente
Todo encanto de seu caminhar
Uma ilha em lagoa, eu a borda(o)

Na cadência, vem sem pressa
Flamba em samba o coração
Vem que to dagen te espera
Porém só a um completa, bate'ncaixa


Como diria a síndrome de Azedo:
"Efeito de lombra e suz"
É papo camarada, camará.

sexta-feira, 16 de março de 2012

1 - 1 < 0

Num desses banhos de canto
Uma luz de conclusão
Isso é Estado de Exceção

Não sei, não
Deveria, mas não
Não há o que pensar
Único caso de irracionalidade válido

O vento sul chegou
Vira-tempo
E adiante diante.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Desiderato

A brisa soprou intensa
Levantando em voo o calor
Ontem o som me disse em voz alta
O que a independência descompensa
Sucinta enumeração em pauta
Mais uma esquina e nada de sinais
Animação desenhada em folha de calendário
Em breve o pé dá lar
E ganha as ruas como veias

De longe uma estante cheia de livros
De perto uma prateleira de assuntos outros
Vejam só...    (lagoa)    uma biblioteca!
Diversidade em meio a universalidade
Algo temporário imortalizado em si

Previsões que enganam especialistas
Onde a tecnologia não pode tocar
Seleção natural, perspicácia anti-dízima
Um hiato providencial
Exige campo aberto em possíveis mísseis
Pouca bala na agulha, muito alvo
Desdobramento certeiro
Não é guerra, mas certo que batalha
Prever?! Eis a vida...

sexta-feira, 9 de março de 2012

Maçã de rosto/Moça de resto

Pondo em letra o rebolado
Brincado pelas ruas com as palavras
Passeando pelas cabeças
Mastigando o samba na raiz
Manifesto da razão pronuncia
Se, compondo em parceria
Pero que si, pero que no ô Ôô! (trompete...)

Uma hora gira a engrenagem
Vai feito pingo na pinguela goela abaixo
Beirando os noventa graus! Oh, Celsius!
Força e foco!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Joio e trigo

Bobeira é leão achar
que não há tigres por perto
É como se diz nos jornais
A gente nunca acha que acontece 'em casa'

Não se mexe em time que ganha, gritam
Os meios não são vistos, quiçá o fim
E cantam o louvor da pseudo-vitória
Pedestal e cerca

Relação entre a Santa e o Pecador
O interesse pejorativo se julga.

Ímpio que caminha
Só balança pelo samba
Ao alcance dos peitos vazios
Sem essa de 'mão na frente e outra atrás'

Aliás, sobram-se dedos nestas
Pedra, telhado e estilhaços
Traz o universo pra perto
Dá perspectiva de distância e brilho

Relação entre o Nada e o Nem aí
O interesse empático se move.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Se dá, dão

Hoje o despertar foi mais forte
A ideia de expansão que acompanha
Quase sufoca a mente, agita as pernas
Revira toda a cama e a calma

Quase tudo aqui já não é novidade
A oportunidade que faz o incômodo
não é a mesma que jaz a fuga
Pede encontro de grandiosidade

É proveito da vitalidade de jovem - inquietude
De vivência em ESPIRAL, inspira e espira
Um pouco mais menos muito complicado
A faca, o queijo... E o fio?

Novas telas, janelas e portas
Nas varandas, o mundo todo
O mundo em formado de cabeça
Posto em papel-melodia

O alimento simples, as substâncias vitais
Vida, pressuposto de alcance
Habilidade de caminhada posta em prova
Êxodo urbano-metrópole-mundo

O raro ócio improdutivo é a chance do descanso
Máximo proveito de tempo, lugar e vida
Pra um dia poder voltar às raízes
Como um legítimo cidadão universal.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Agoniza mas não morre

A casa que repulsa o repouso
A casca que leve levo
Eleva a mente a muito mais
Além dos enquadros e muros
O virtual impulsiona pro real...


Das cuícaos tantans
O samba que canto todas as manhãs
Já quer ser ouvido
No berço desse povo sofrido

Já não se aguenta mais destilado
A cachaça daquele lado é original
Uma experiência fundamental
Quase impossível, se comparado

Ano que vem o bloco vai pra rua
Procurando mais samba-enredos
Desfilando entre sol e lua
Levando a vida em rochedos

Preciso ver e pisar o chão da Escola
Pra sentir como essa vida decola
Só pra depois de mim
Meu carnaval ter seu fim


http://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_Onze#A_presen.C3.A7a_cultural_africana
Obrigado, velha guarda. Estácio, Portela, Mangueira, Império Serrano,...

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Registro de parede

"Embora eu siga adiante
Eu sempre fico onde eu passo
Eu sempre deixo um pedaço de mim
Embora eu siga adiante

E quando eu sigo adiante
Eu levo comigo um bem
Que é sempre o bem do meu 'migo'
Com o 'migo' de alguém

E quando eu sigo adiante
Eu sempre fico onde eu passo
Eu sempre deixo um pedaço de mim
Embora eu siga adiante"

(poema de Sérgio Sampaio)

http://www.youtube.com/watch?v=IRzsrxGdBLM
Projeto realizado por Nayara Tognere (redatora da Conteúdo) e Stéfano Fabris (jornalista), através de recursos da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, o documentário conta um pouco da vida e da arte de Sérgio Sampaio sob o ponto de vista de amigos, parceiros musicais e admiradores.

Parabéns, Nayara, mais uma vez.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Ame quem for capaz

Não têm fé que por si só
O ser pode ser completo
Que tipo de medo e culpa, levam estes?

Temos uns aos outros
E nada é maior que isso
Todos temos raízes (firmadas) neste chão
E não cabeças nas nuvens, negando razão

Nossos melhores frutos são os que semeamos
Não só isso, semeamos e mantemos bem
Porém, há quem os devore,
e fim.

AME, QUEM FOR CAPAZ!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Stranger

A ver tu lá na mente
Se bem que quandossebem que,
Rio caudaloso em pleno verão
Afluência contidas em trancos

A mochila não cochila
Passos firmes contemporâneos
Um dedo apontando prum globo girando
Praia e montanha


Desdobramento
Um sensação incrível de estudo
Pesquisar os rumos tomados
Atalhos encontrados

Não é a toa que temos um universo desta dimensão
Hipermetropismo pra se ler jornais
Atrofiam cérebros logo na puberdade
E lá se vai o futuro, semi-pré-destinado

E lá se vai...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Refém

Quando acontece como Nogueira
O poder da criação se mostra
E se reprimido, torna-se insustentável

A intensidade faz o giro
Expande
Rehorizonta, ora verticaliza
 ,
?
!


http://www.baixaki.com.br/papel-de-parede/18235-plantacao-de-alface-em-sao-joao-del-rei-minas-gerais.htm

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Cu-me

Ainda que se pensasse em moral
O dinheiro que possuem conforta
Seus possíveis pesos de consciências
O homem se aproxima do que o justifica
Criam bandeiras, lutas e massas próprias
Adotam jargões e adjacências
Pra nem mais nisso pensarem
Não lhes sobra tempo crítico
Só resta a opção gozar

Isso não é problema deles
Também não tá querendo que abram mão, né?

É de dar dó
Não deles.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Dispor porção

Mesmo com a passagem trocada
Guardo no meu bolso e troco pela caminhada
Caminhar é como escrever
Organiza a mente, nos faz espectador
Por o corpo em exercício à alma

Gosto do sol pós almoço
Aquele bem disposto, bem dormido
O verão tem ficado pra mais tarde
Culpa de ninguém, só chuva mesmo

O pedal de fim de tarde corrida
Rush próprio de calmaria pela cidade
Compensa todo o translado

Mata-se sede e fome
Um grude bom nela

E recomeça a jornada.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Saudosa maloca

Cansado do desbunde
Do que pesa pro humor
Nada se vê de sadio

-Tem vontade de ser arredio
Mas transpira pelo mudo à fora
Adora quem ri das pesagens
Passadas por cima de qualquer cadáver
Nem que esteja morto!-

Esperar  pelo pior,
Manter o pé atrás
Nunca foi de meu agrado
Cerceia a vontade de se estar
Bom é o sossego de quem tem
A liberdade "à moda da casa"

Maloca querida!

O egoísta passa longe de ser malandro
Safa-se quem faz bem além de um
A base de apoio é fundamental
Não pra se ter uma pirâmide,
Por melhor ser um círculo.

Oo°.0