quarta-feira, 27 de junho de 2012

Palíndromo

Eventualidade em constância
Final de semana em menor distância
Esperando pelo sofá da sala
De passeio por todos os vínculos
Nova bossa-nossa
Violando um apego almaz
Particulado em cadeia
Quem diria a calmaria

O destino tirando sarro
A peça pregada do acaso

Essência adquirida em vida
Impregnada em bons lençóis
O retoque que faz vital
Espera e sufoca o pleno
Emprega o temporário ofegante
Encerra a guerrilha dos dias
Devolve aos braços, a paz
Rabiscos e traços do papel-rascunho

terça-feira, 19 de junho de 2012

Interlecto

O joguinho é a simplicidade
É a ternura dos braços normais
Em cada concepção de normalidade
Ultrapassam os limites dos sinais

Não-leitura daquelas linhas
Circundada de desbeira
À luz amarela do poste de madeira
Em se chovendo molha a rua

Veja a intenção da intensividade
É dos astros essa formatação
O que segura é impessoal
Longe destas mãos de alcance

Os dias de inverno começaram
Quiçá mais belos que os de verão
Os dias de sol sob o rigor
Da vida que não dá férias

Um presente diário pela manhã.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Costa Mar

De canga estirada na areia
Braço, perna, cabelo, cheiro
Quina e fenda, côncavo e convexo
Simetria precisada em precisão

Alta visão das nuvens solares
Peixes voam enquanto isso
Tens cheiro de calar incenso
Dedicatórias em vice-verso

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Con ghiaccio

O hidro mal sabia a água por vir
Do quão logo o seco se faria lama
No palco instrumentos em chamas
Feito rito contínuo em solos
Por enquanto outro linguajare
Na linha de outro estado, outra forma

O limite do café blues das dez
Indas e vindas teletransportadas
Concentrada em boas mãos
O ruim caiu em desuso
Nem se recompensava por isso
Em cartaz a miscigenação musical

O retorno a casa antiga
Assegura a volta do bom tempo
O déjà vu mais estrelado do ano
Uma remessa selecionada na praça
Em transe se esvai da matéria
Pecado dizer ser o último

O bom filho a casa retorna.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Sobre-força

Translação de Vênus em Sol
Só o que se viu foi a Lua
Dá luz ao olhar
Fenômenos em sobreposição
Respiração universal
Bons sinais em curto prazo

Não se espera mais o dia seguinte
O que move é dia de encontro.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Junina

Ontem, primeiro dia da cheia
Na canga esticada na areia
Os céus conspiravam a'rtéria
A transformação da matéria
Unindo o concreto e abstrato
Redigindo um novo contrato
Pra agonia se acalmar

Agora só a vejo nos céus coloridos
Cartões postais, maravilhas surgindo
A mais nova toada das bossas
Que no peito amassada encosta
Envolvida pela brisa gostosa
Na paz do ronronar de Lindeza
Retirando por natureza o ar

Parceria de vontades as claras
Intercala entre cidades, escarpas
Mesma causa escrita em papel de rosto
Paladar que aguçado lhe dá o gosto
Temperado pela sintonia a gosto
Fica a espera do passar, pra perto
Certos do melhor esperar