quinta-feira, 28 de abril de 2011

...é pra se molhar

Meu sapato deixei lá fora, querida
Qu'é pra não trazer lama pro seu chão
Tenho um guarda-chuva que não uso
Por nada me valer deixar só a cabeça seca

O temporal muda como a direção de um raio
Estar lá de novo, não significa cair no mesmo lugar
Se bobear, deixo meu sapato na sua porta
E sigo de pés no solo, como bom condutor.


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dona Álvara

Não morre tão cedo!
Estávamos falando de ti
Só foi ameaçar pensar
E tu já vem virando a esquina
Parece até implicância

A impressão que dá
É que não pode ouvir um "não"
Veja o calendário
Olha quanto tempo falta
Quanta coisa pra acontecer

Aliás, por falar em tempo
O que antes parecia voar
Hoje parece contar segundos
Isso devido à percepção
Do quanto é tu assim

O que era de controle
Já não faz mais lógica
Pura falsa idéia de ter
E como não mais, aviso:
Meça pra saber o tanto

Mas já que veio, sente-se
Vamos por o papo em dia
Tem coisas que te conto depois
Agora me fale por onde andou
Ah! Deixa eu te apresentar...

domingo, 24 de abril de 2011

Portabilidade

Ei você que se vai
Saiba que quando sai
Leva em ti coisa minha
Deixa em mim coisa tua

Quero estar na sua bagagem
Por um tempo, de passagem
Só pra te dar saudade
E a vontade antecipar

Já me levou o melhor
Já me livrou do pior
Já me ligou avisando que volta
Então que chegue a hora

Vem! Aqui nos protegemos
Entre o meio ou a sós
Já seremos o que sabemos
E a cada vez, melhor




domingo, 17 de abril de 2011

Uma pena

O mérito não se discute mais
Transitado em julgado, se vai
Cumprir sua sentença detida
Sem nem esperar por visita

Duas alternativas lhe vêm
Esperar por sua progressão
Ou cavar seu próprio túnel
Vai ter tempo pra pensar

Tire as melhores das lições
Sem reincidir seu crime
Limpe sua ficha manchada
E siga seu rumo mais atenta

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sim, sim! Não, não!

E ninguém acreditava, quando ela contava
Que largou do namorado e era solteira
Sem a menor alegria, dizia que ainda amava
E que, de certa forma, isso tudo era besteira

Alegando que esse "tempo" seria bom
Apegando-se à razão, tendo em mãos seu coração
Não vendo a hora de estar em tom
Pondo valor no que se foi quando mudou a estação.
_
Já tem mais de meia hora que acabou
Entre poréns, entretantos, todavia
Nenhum, nem outro, vai dizer que alcançou
A forma como queriam terminar o dia

O fim disso tá perto, tá claro pra saber
Faça bom proveito e assim não repita
O apartar de tanto bem querer
E Cuide bem dos frutos, lhes dê vida.
_
É bom ouvir de novo que fez o certo
Que são perfeitos, uma ótima oportunidade
De poder conviver em harmonia, perto
Estar colado, lado-a-lado com a felicidade

Renovado, continua em lua-de-mel
Dando sequência ao próximo ato
De pés no chão e a cabeça no céu
E o mundo é pequeno nesse quarto.


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Mão dupla

Agora quando não tô descalço
Escolho meu tênis de sola fina
Isso revela o que piso no asfalto
O caminho você nem imagina

Faltam sinais, faixas de travessia
Esbarrões disputam espaço aqui
É gente que nem a vida guia
Mal distinguem o que seguir

Se dessa vida algo não tirar
O que ela tira de ti é ensino
Vá e não deixe de aproveitar
Dê o melhor ao seu destino

Contigo ao meu lado, meu bem
Passo por tudo isso sorrindo
Aí te faço sorrir também
Assim, feliz da vida vou seguindo.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Segundinstante

Então, como se diz...
Que melhor palavra
Pra te comportar
Aqui, de bem perto?

Bom, é assim que tá sendo
Pra melhorar, você sabe o que fazer
A nós, não cabe piorar jamais
Só aumentar a menor distância

Nosso enredo é de saudade
Nosso samba é calmaria
Passa o tempo, muda a idade
Mas não morre a poesia

Eu vou pr'aí te ver
Amanhecer com um belo sol
Por sorriso em teu rosto
Sentir seu cheiro, lindo dia

Já não somos mais passado
E nem o que virá
Somos esse melhor instante
Constante enquanto formos, nós.