terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Confraternal

O peso do mundo
é o peso da gente
É o músculo que puxa
com o peso da mente

Todo ponto de luz
potencializa uma sombra
Se nem tudo que seduz
se escolhe ou se compra

O moderno não comporta
qualquer mero estado
Faz fronteira com passado
Tem por reta o adiante

Brinde de um 12 anos
em copo de refrigerante
Pelo que é e estamos
Bela golada perseverante

domingo, 11 de dezembro de 2016

Descaminho

São as ditas pelas malditas
Impronunciáveis a bel-prazer
As primeiras letras da frase
denotam toda a desfala

O pré-crédito custoso
Descrédito imediato
Uma velocidade idiota
entre o cérebro e a boca

Um cheque em branco
pro diabo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Cicerone

Os olhos são as janelas abertas
Que quando não piscam
Trazem pra dentro de casa
A vida que há lá fora

O velho com o neto, Dona e cão
Rajadas de motores quentes
A faixa, o semáforo, o guarda
Tem dia que sim, não tem o que não

Os olhos caminham de volta
Disparam olhares intermitentes
Até o pôr do fim da tarde
Solado duro em calçadas quentes

É bem ali, logo ali onde moro
Logo onde fecho os olhos
e as cortinas da vida
Caminho de volta da ida