segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Trânsito

.Sempre por essas esquinas
Dois ou mais olhares
Sempre aqueles malabares
Olhares em cima de cada curva
Atenção dobrada em piso de chuva

A moça que passa quando é notada
Desdobra em boca os sorrisos da carne
A noitada que já acaba pela manhã
A conquista ao fim do dia pela noite

É Meu bloco na rua do Eu sozinho
Cercado pela multidão ofertada
Saca-rolhas em amizades, goles...

Belas leituras, um palco teatral
Seres essenciais à companhia

Uma só vida



quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Noitívoro

Debaixo da sombra, de cima da raiz
Desponta o tempo inconstante
É bicho que sobrevoa a lagoa
Quem se utilize dela pra vida

Um telefone-sem-fio, sem crédito
Desconexão virtual fora de área
A paciência e o olhar refletem
Tiram das costas, a dor

A previsão se segue à calmaria
Atalho de volta, economia
Tem gente que nem se vê mais
Dá-se a frequente ignorância típica

Ver a queda da máscara
torna o foco diverso do padrão
Não aceitação de interferência tradicional
Contextual resistência ao condenado

A verdade liberta.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Detestédio

Pés gelado-concreto, ora grama
À la sereno da madrugada
Trânsito de pessoas cabisbaixas
Proteção vulnerável aos intemperes

Vivendo em fins de semana
Justificando os meios
Prioridades tradicionais interferem
Servem de pedal de frenagem

Salve, salvador!
Quem ri de livramento alheio
Comentários expressos em fila de banheiro
Que não deixa a barra pesar
Acorda na cama errada de janela certa
De porta aberta e braguilha afrouxada
É roupa de escada (rolante)
Garrafas, latas, bitucas, fumaça

Ressaca de "samba e amor"
Começando ao sono, descansando sem
Doses grandes de vida!

Zeitgeist

"Eles devem achar difícil... Aqueles que consideram a autoridade como sendo a verdade, ao invés da verdade como sendo autoridade."

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Motherfuck

Corre o banho sem despedida
Percorre todo caminho. Vai, volta, vai.
Uísque in natura no gargalo dá grau
Degrau da parada, acorda aí
É vida noturna, entre-sóis
Benditas palavras malditas
Alternam palco e platéia, giram
Um anão duvidoso tenta impedir
Que sem sucesso, volta ao bar
Quem comanda a comanda?
Um destes até responde em inglês
Mas veja só que barato
Tem quem saia bem falado
Uma festa tremenda, êxito
Tudo no lugar. Bola-caçapa
Equipamento na Van
Vão bora, Trupe
Que o horário é de verão!


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Marcador

Fim de tarde, depois da lagoa...

"Toda vez que passo por aqui, essa luz se apaga. Parece maldição" Disse a menina.

Tive que a olhar no escuro, esperá-la passar pra voltar a ler
Passou a página e mudou o sentido das palavras

Há quem passe e não escreve nada
Quem escreve a mesma coisa e passa
Fortuna boa ou má.


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Grátis dão

Tornar o entorno feliz
é o que mais condiz
com a gratidão devolvida a ti
Recompensa dobrada de alimento
Desembrulhar os mais presentes
Seguir no ar, de pés no chão
Mais bagagem.