No meio da roda, uma pedra
Ninguém dá a mínima
Pois, no meio, não impede o giro
Mas nem sempre o giro circula
Muitas vezes passam por cima
Noutras chutam, arremessam-a
Não percebem, mas repetem tal mantra
Capaz de anular os sentidos
Trocam de lado, giram em outro sentido
E nem assim, se dão conta das feridas
Nem assim, se dão conta do que fazem,
do que falam, e do porquê giram
Têm horas que o suor da mão escorrega
e todos caem para trás, sinergicamente
Então quando abrem-se os olhos
O que se vê são marcas
Os que chutaram, têm pés esfolados
Os que arremessaram, mãos esfoladas
Os que nada fizeram, agora sangram
Devido aos ponta-pés e arremessos daqueles
De forma surpreendente, observam-se
E um novo mantra se compõe:
A culpa é da pedra!
Sim, foi ela quem causou tamanho estrago
Quem impediu o giro perfeito
Quem interrompeu o uníssono mantra
Rapidamente, posicionam-se longe da pedra
Curativam suas chagas, vedam-se olhos e ouvidos
Retoma-se o sentido, o giro, o mantra
A roda regira, cheia de orgulho
Muita disposição, muito suor
E novamente, chão!
Novamente a pedra! A culpa!
O giro e o ciclo se repetem
Nascendo ou morrendo
Passam a vida apontando a culpada
Até que os dedos das mão lhes faltem
Até que sejam acometidos pelo silêncio
Em que as pálpebras se abrem, finalmente,
Sendo visto a quantidade de pedras
Não mais as mesmas, mas pedras
As que toparam antes, já não se encontravam
Pois foram lançadas para outro lado
Mas a roda percebe que apesar de poucas
As pedras eram suficiente para atrapalhá-los
As pedras circundadas ali
Foram lançadas, odiosamente,
Por eles mesmos, anteriormente
E por outras rodas impiedosas.
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Nó atrioventricular
Nada melhor do que pensar no próximo
vacilo dos outros, deslize dos mesmos,
descuido convosco, tirar de sossego.
Na próxima, nada melhor do que pensar
no si, em se desmentir, sem se eximir,
se assumir, se ilidir, falar sem cuspir.
A culpa e o perdão lado-a-lado do sujeito
Dependendo do tanto, não se tira proveito
Só preconceito, nada de espanto
A opinião é mastigada e degustada no engano
Hora de bater no peito e brindar a glória:
Mais uma mente ferida, uma alma simplória
Um corpo vagante, vivendo apenas refrão
Viagem dos outros, e o seu(s)... sempre são(s).
vacilo dos outros, deslize dos mesmos,
descuido convosco, tirar de sossego.
Na próxima, nada melhor do que pensar
no si, em se desmentir, sem se eximir,
se assumir, se ilidir, falar sem cuspir.
A culpa e o perdão lado-a-lado do sujeito
Dependendo do tanto, não se tira proveito
Só preconceito, nada de espanto
A opinião é mastigada e degustada no engano
Hora de bater no peito e brindar a glória:
Mais uma mente ferida, uma alma simplória
Um corpo vagante, vivendo apenas refrão
Viagem dos outros, e o seu(s)... sempre são(s).
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